Publicitária formada na Faap e com MBA em marketing pela ESPM, Thaís trabalhou em empresas como Reebok, Microsoft, Fox e Yahoo!. Após dez anos dedicados ao mundo corporativo, ela decidiu mudar tudo e abrir um centro de equoterapia: a Estância Tordilha. Sediado em Indaiatuba (SP), o centro aplica métodos terapêuticos e educacionais centrados em cavalos, com foco em crianças especiais. “Todo dia tenho metido minhas mãos e meus pés em serragem, feno e estribos”, conta ela. “Desde que foi criada, a Estância tem possibilitado a transformação de muitas vidas, a começar pela minha”.
Quando percebeu que queria mudar de carreira?
A frieza dos escritórios corporativos, as longas jornadas e as incontáveis demandas do dia a dia, lembra Thaís, começaram a minar sua motivação para o trabalho. “Entendi que a raiz da minha frustração estava no desequilíbrio entre o que eu fazia e o que eu realmente gostaria de fazer”, diz ela. “Queria trabalhar com um propósito, com algo que pudesse transformar vidas para melhor”. Foi então que, por meio de uma amiga, Thaís descobriu a equoterapia. “Quando vi pela primeira vez uma criança especial em cima do cavalo, feliz, viva, sendo criança, em um ambiente ao ar livre, vi que tudo fazia sentido, vidas eram transformadas, os resultados eram incríveis”, diz ela.
Quais foram as maiores dificuldades do processo?
Thaís fez uma transição organizada: depois de muito conversar com pessoas envolvidas no mundo da equoterapia e experimentar a área de forma voluntária, ela desenhou um modelo de negócios. Apesar de estar fazendo tudo “com o pé no chão”, ela estava se aventurando em águas inéditas para ela até então. Para facilitar seu ingresso na nova área, fez pós-graduação e diversos cursos sobre o tema. “O aprendizado não foi fácil, porque não venho da área da saúde e o cavalo era um hobby de fim de semana, não um companheiro de trabalho”, conta. Para completar, também foi necessário lidar com uma infinidade de assuntos burocráticos, do contato com órgãos públicos às dificuldades para abrir uma associação.
Qual é o segredo para uma boa transição de carreira?
Além do apoio do marido, Thaís atribui seu sucesso à sua disposição para conhecer pessoas, ir atrás de contatos, pesquisar e planejar a transição. “É importante ter foco, fazer algo alinhado aos seus valores, ter apoio de pessoas boas e competentes, saber muito bem o que você quer”, resume ela.
O Churrasco do Bem, iniciativa beneficente em prol do projeto de equoterapia da Estância Tordilha, de Indaiatuba (SP), reuniu no sábado (19/11) mais de 100 pessoas, que puderam saborear mais de 150 kg de carne preparados por experts em três estações de churrasco: costela de chão, por Cláudio Sander e Virgílio Paiva, do BBQ Tour; Anderson Amar e Bruno Panhoca, do Smoke Texas BBQ comandaram o Pit Smoker, uma churrasqueira gigante que preparou cortes por até 12 horas servidos e as meninas do Churras Delas Aline Marinho e Joana Angélica prepararam na parrilla o delicioso bife ancho com participação especial de João Paulo Oliveira, da Churrascoterapia. Patrocinaram o evento o Instituto Marfrig e Cerveja Miller, com o apoio da Fazenda Cana Verde e do Maragata Polo Team, um dos mais tradicionais times de polo da cidade.
“Além da qualidade da carne e do clima de muita alegria, o Churrasco do Bem proporcionou inclusão ao colocar no mesmo ambiente amantes de cavalos, seja para a prática de esportes, da equoterapia como também o contato de empresários da região e apreciadores de uma boa carne com o trabalho que desenvolvemos na Tordilha”, destaca a responsável por novos negócios da Estância Tordilha, Carolina Barretto.
Na ocasião foram apresentados números do primeiro ano de funcionamento da Associação Estância Tordilha, que oferece equoterapia com uma equipe multidisciplinar, composta por fisioterapeutas, psicólogos, pedagogos, fonoaudiólogos e equitador.
“Tivemos neste primeiro ano 47 praticantes, dentre os quais 36 com 100% de bolsa e cinco com bolsa de 50%, além de seis particulares. Para que isso fosse possível, contamos com 32 padrinhos e sete empresas madrinhas. Atualmente temos quatro cavalos, quatro condutores e 11 terapeutas. Para 2017, nossos objetivos é ter 100 praticantes, 50 padrinhos e oferecer 35 horas de treinamento para a equipe se capacitar ainda mais. Por isso, convidamos quem quiser participar do projeto a apadrinhar um praticante, seja como pessoa física ou jurídica”, reforça a fundadora da Estância Tordilha, Thaís Perez.
A prática de equoterapia realizada na Estância Tordilha proporciona benefícios neuromotores e psicossociais a partir do movimento trimendissional do cavalo e o contato com a natureza, que deixam o praticante mais relaxado e feliz. “O movimento trimendissional atua no sistema nervoso central, fazendo com que o corpo receba estímulos e aos poucos vá relaxado, ganhando confiança, alegria e todos os benefícios que a prática proporciona. No nosso método, a integração é fundamental entre praticante, equipe, cavalo e família. Esse todo compõe a nossa alegria”, explica Thaís.
Além do tratamento, a Estância Tordilha oferece um suporte psicológico às famílias em um ambiente convidativo de contato com a natureza e, ao mesmo tempo, oferecendo a segurança técnica de uma equipa multidisciplinar.